Redação UPES
29M: 20 mil pessoas vão às ruas em Curitiba por vida, pão, vacina e educação!

Foto de Guilherme Pupo (@guilhermepupofotografia)
O último sábado (29), foi marcado por manifestações em todo o Brasil e em alguns lugares ao redor do mundo. As manifestações que levaram o nome 29M, foram símbolos da indignação do povo brasileiro contra as atrocidades do governo federal. No Paraná, com um pouco mais de 30 mil manifestantes, os atos concentraram-se em Foz do Iguaçu, Maringá, Francisco Beltrão, Cascavel, Ponta Grossa, Pato Branco, Londrina e na capital Curitiba.
Desde o início da pandemia, o governo Bolsonaro insiste na narrativa de remédios comprovadamente ineficazes, na eufemização da COVID-19 e na rejeição de vacinas para os brasileiros, movimentos os quais foram decisivos para a morte de mais 450 mil pessoas. Assim, a pandemia do novo coronavírus serviu para demonstrar e comprovar a falta de humanidade e racionalidade de Bolsonaro e de seus fiéis apoiadores, as mesmas que estavam ausentes em suas falas de exaltação de ditadores e atitudes preconceituosas. Mas, como disse, não há nada de inédito em Bolsonaro. Dessa maneira, ao mesmo tempo em que a pandemia nos obrigou a fazer uso das máscaras de proteção, as máscaras que escondiam o verdadeiro caráter caíram do rosto dos hipócritas e falsos moralistas. Expuseram a ignorância e a falsa luta pela vida de todos os brasileiros, e explicitou o individualismo problemático que assombra nossa sociedade.
E por isso que o povo foi para as ruas. Em Curitiba, por exemplo, cerca de 20 mil revolucionários ocuparam a Praça Santos Andrade, no centro da cidade. Os manifestantes protestaram contra a política individualista e negacionista do governo federal, que vira as costas para as minorias e governa apenas para os seus – família, velha política e elite brasileira que permanece em ciclos intermináveis de regalias. É óbvio que os brasileiros que ocuparam as ruas no dia 29 de maio, levaram consigo a revolta dos familiares de todas as vítimas da COVID-19; a luta pelo auxílio emergencial digno que combata a fome dos mais de 14.5 milhões de seres humanos que vivem em situação de extrema pobreza no território nacional; a indignação dos estudantes, professores e sociedade civil comprometida contra os cortes na educação – mais de R$ 770 milhões da rede federal que impedem a continuidade das universidades, IFs, CEFETs e colégio Pedro II --; a insatisfação com a reforma administrativa; o barulho ensurdecedor dos brasileiros que pedem pela vacinação em massa -- que foi ignorada por Bolsonaro --, a única alternativa para salvar vidas e voltar à normalidade de nossas ações; e aclamação para a análise das dezenas de pedidos de impeachment que seguem engavetados no congresso nacional. Além, especialmente em nosso estado, evidenciar a oposição ao governador Ratinho Jr, extensão das ideologias de Bolsonaro.
Desse modo, é evidente que as manifestações do último sábado não podem ser objetos de comparação com os atos bolsonaristas, os quais, primeiramente, são anti-democráticos, por pedirem a volta da ditadura e fechamento do congresso, e apoiam as alucinações do presidente em favor da cloroquina, contra o uso de máscara e distanciamento social. Os atos do 29M foram pautados em medidas sanitárias, como o uso de máscara (PFF2), álcool em gel e distanciamento social possível, e surgiram para dar um basta aos retrocessos promovidos pela atual gestão e para expressar as insatisfações da população contra o genocídio promovido. A população entendeu que o presidente é mais nocivo que o próprio vírus, e que não há mais a possibilidade de continuar como uma platéia que assiste calada ao show de horrores do governo federal. Os manifestantes, que foram para as ruas, decidiram ser os personagens principais da história do país. Decidiram lutar pela coletividade, por aqueles que por diversos motivos ficaram em casa. Decidiram que o país tomado pela intolerância, preconceito, misoginia e violência, principalmente após 2018, voltará para o povo da diversidade, das lutas sociais e dos verdadeiros cidadãos.
O 29M ficará marcado em nossa história como mais um capítulo de luta dos movimentos estudantis contra a irresponsabilidade, incompetência e ignorância de governos autoritários e pouco preocupados com a vida de nosso povo. Os atos inauguraram mais uma página de resistência do povo que não foge à luta, os brasileiros.

Sobre o autor: Renato do Santos Sant 'Anna, membro da equipe de redatores da UPES e estudante secundarista. Defensor da equidade social e de uma nação humanamente progressista.
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