Redação UPES
7 de setembro: o dia que celebra a luta, resistência e diversidade do povo brasileiro
Atualizado: 10 de set. de 2021
Na última terça-feira (07), o Brasil comemorou 199 anos de independência dos domínios portugueses. A data foi marcada por manifestações simbólicas ao “grito dos excluídos e excluídas” que se juntou a campanha #forabolsonaro, a qual ecoa por necessidades populares em um país governado para benefícios dos grandes empresários e latifundiários, e por atos anti-democráticos organizados pelos falsos patriotas e apoiados pelo presidente genocida Jair Bolsonaro.
O grito dos excluídos e excluídas, o qual celebra 27 anos desde o seu primeiro ato em 1995 com o lema “A vida em primeiro lugar”, levou para as ruas as demandas de uma nação cansada de omissões, incompetências e invisibilidade do governo federal. O verdadeiro povo da pátria amada e idolatrada pelo presidente, seus aliados e apoiadores, sofre com a alta taxa de desemprego, fome, desmontes educacionais, sanitários e morre pela passividade, ignorância e corrupção na aquisição das vacinas – mais de 583 mil sonhos e famílias destruídas.
A justa e sincera independência do povo brasileiro nunca se concluiu. O país, mesmo após o fim da colonização, em grande parte de sua trajetória foi usurpado por figuras de classes herdeiras dos mesmos exploradores europeus que aqui estiveram. É evidente que os sistemas de privilégios e explorações foram mantidos – talvez, agora, apenas de um modo menos explícito. Ou seja, os mesmos grupos que há séculos atrás sofriam com falta de oportunidades, inclusão e também os que nadavam em regalias sociais, mantêm-se nos mesmos lugares e com as mesmas perspectivas. Obviamente, houve avanços, mas muito insignificantes para as carências da população.
Desse modo, o dia 07 setembro é dia de exaltar a nação de um povo plural, complexo e miscigenado. O Brasil é terra dos indígenas, dos pretos, pardos, da favela, dos lgbtqia+. É terra dos terreiros, do candomblé e umbanda. É terra do samba, pagode, funk, carnaval e mpb. É terra da classe trabalhadora, da Maria, José, Antônio... o Brasil é do povo e é construído por nós. Não somos e não cabemos numa caixinha padronizada de personalidades e costumes, as quais se encaixam os apoiadores do mito, e é exatamente por esse motivo, a diversidade, que nos tornamos tão especiais.
O Brasil também é dos estudantes e jovens comprometidos com o futuro, ou melhor, o presente da nação. Carregam o mesmo espírito de luta dos que décadas atrás lutaram contra a ditadura militar de 1964, dos que foram às ruas exigir o impeachment de Collor e dos que sempre lutaram pelos direitos das minorias. Nós, estudantes, somos e devemos nos posicionar contrários a um governo que enfraquece a cada ano as nossas instituições de ensino, que destrói a ciência e, consequentemente, ceifa milhares de sonhos por falta de oportunidades. Ou seja, em um país governado pelo discurso de ódio e ignorante, os estudantes e todos os profissionais da educação, principalmente, cumprem um papel essencial de informação e resistência na defesa da democracia e dos nossos direitos, uma vez que a educação nunca foi ou será neutra.
O apoio ao presidente em exercício não é opinião ou opção política, ele ultrapassa esse campo de discussão. Jair Bolsonaro, através do seu preconceito racial, sexual, de gênero e social, fere a humanidade dos cidadãos. Essa perspectiva é nítida em suas declarações durante os 28 anos de sua trajetória política. Diante disso, com certeza, o governo Bolsonaro ficará marcado como um dos piores mandatos presidenciais da história e, os convenientes com as inúmeras atrocidades do governo, também ficarão. Os retrocessos sociais, econômicos e os ataques à democracia brasileira são aspectos fundamentais para a tal classificação.
Diante desse cenário, torna-se essencial a participação da população nos atos democráticos contrários ao governo negligente, irresponsável e genocida do presidente da república Jair Messias Bolsonaro, pois, apenas diante da mobilização social que conseguiremos garantir nossos direitos. Por fim, reitero que o país é de todos, diverso, inclusivo, democrático, do amor e de resistências diárias. Nós somos o Brasil. Viva o verdadeiro povo brasileiro!!!!

Sobre o autor: Renato dos Santos Sant'Anna, ele é estudante de direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), defensor de um sistema educacional inclusivo, diverso e de uma sociedade humanamente progressista.