Ansiedade, suicídio e pornografia: estudantes relatam sobre os conteúdos expostos no APP Aula Paraná
Lançado nesta segunda-feira (06), o Ensino a Distância da SEED vem trazendo muitos problemas aos estudantes.

Nos primeiros dias de funcionamento do aplicativo Aula Paraná, projeto de ensino à distância (EaD) da Secretaria de Educação e do Esporte (SEED), muitos estudantes relataram problemas com o desenvolvimento da plataforma e principalmente sobre o conteúdo inadequados circulando nos chats das turmas.
Em Londrina os estudantes foram expostos a conteúdo pornográfico além de mensagens de incentivo ao suicídio, como mostram as matérias da APP Sindicato (clique aqui) e a Folha de Londrina (clique aqui). O caso foi denunciado ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente do Ministério Público de Londrina, e os pais proibiram seus filhos de acessar a plataforma e orientaram a desinstalar o aplicativo do celular.
Para Wellington Tiago, presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPES), um dos problemas do aplicativo, é que o mesmo não tem restrição de conteúdo, podendo ser enviado qualquer coisa pelo chat. "Esse tipo de situação pode voltar a se repetir, a plataforma não foi pensada pedagogicamente, o que resulta em mensagens como estas sendo enviadas" disse Wellington Tiago.
Além disso também foram encontrados muitos problemas técnicos durante "as aulas", estudantes de uma turma de terceiro ano do Colégio Estadual do Paraná em Curitiba, produziram uma nota para Secretaria da Educação onde relatam: "a qualidade do áudio e do vídeo estão terríveis; as imagens não chegam nem perto de ser nítida, então até ver o quadro atrás fica difícil, áudio está "estourado", também sem muita clareza”. Reclamam os estudantes. Foram essas situações que fizeram estudantes desistirem de assistir às aulas. Outro problema relatado por alunos de todas as regiões do estado foram o agravo de crise de ansiedades gerado pela sensibilidade aos ruídos e também a falta de informações e organização do aplicativo A UPES se posiciona contra a oferta do ensino à distância nas escolas públicas e particulares. "O que pedimos é que nesse momento seja cancelado o calendário letivo para que nenhum estudante corra o risco de ser reprovado por frequência ou nota, por causa de um projeto que não funciona, e depois que passarmos essa crise da pandemia, podermos ter a reposição do calendário escolar", concluiu Wellington Tiago, presidente da UPES.
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