IFPR Campo Largo confecciona barreiras de proteção facial para profissionais da saúde do município.

Por Letícia Fernanda | Redação UPES.
Em meio à crise de Coronavírus, muitos estabelecimentos têm trabalhado para contribuir com a produção dos equipamentos de proteção individual destinados aos agentes de saúde, os quais fazem parte da linha de frente no combate a doença.
É o caso do Instituto Federal do Paraná campus Campo Largo (IFPR- Campo Largo), que está realizando a confecção de barreiras de proteção facial para distribuição aos profissionais da saúde do município auxiliando no combate e prevenção ao COVID-19.
Na semana do dia 27/03, o campus iniciou a corrida de adequação de todas as burocracias que envolvem a utilização do espaço físico, tanto do IFPR e do Centro de Ciências e Tecnologia de Cerâmicas (CESTEC), bem como a utilização da infraestrutura de material permanente pré-existente. Ao longo desses dias, vêm sendo realizados testes de impressão para otimizar o processo e definir um modelo, dentre os vários existentes, que melhor atenda às necessidades dos profissionais em questão. A equipe do IFPR em parceria com a prefeitura, dialogam para tornar essa atividade, a qual é extremamente importante, totalmente esclarecida e centrada no atendimento à comunidade.
O projeto é desenvolvido com a utilização de impressoras 3D, e conta com a ajuda de colaboradores voluntários, como @atitude3dvoluntario e @quarentenasolidariabr, que são responsáveis pela logística de coleta de matéria-prima, desenvolvimento e distribuição dos materiais confeccionados, além de também contarem com o apoio de empresas e instituições públicas e privadas.
O coordenador do projeto e professor de química do campus, Rodrigo Garcia da Silva, explica como funciona a tecnologia de impressão 3D: “A Manufatura Aditiva (MA) é uma ramificação da engenharia que estuda e desenvolve técnicas de fabricação que se diferem das convencionais. A impressão tridimensional (3D) é uma das técnicas estudadas pela MA que permite a construção de geometrias complexas pela deposição sequencial de camadas planas de polímeros sem o uso de ferramentais especiais. Além do grande destaque para a produção de protótipos e peças finais, a MA ganha relevância como alternativa para o desenvolvimento de produtos customizados, confeccionados em etapa única, com a vantagem da relação otimizada entre o tempo e o custo reduzido no processo de fabricação. Nos casos de dispositivos médicos (inclusos os EPIs) passíveis de construção por manufatura aditiva, a barreira de proteção facial, utilizada amplamente pelos profissionais da saúde no atual cenário de pandemia, é um dos objetos com indicação de produção via MA.” explica o professor .
O professor ainda afirma: “O estabelecimento deste projeto de pesquisa e extensão tem como objetivo principal o fornecimento emergencial de dispositivos médicos através de manufatura aditiva, devido ao aumento da demanda e eventuais limitações de fornecimento. Dessa forma, foi proposto então, num primeiro momento, a produção via manufatura aditiva de barreiras de proteção individual a serem distribuídas às unidades de saúde da cidade de Campo Largo/PR, empregando modelagem digital "open source" e de acordo com as especificações da Organização Mundial de Saúde (a nível mundial) e da Anvisa (a nível nacional)."
Os itens a serem doados para ajudar na produção vão desde a matériaprima para impressão dos suportes das máscaras (chamada polímero PLA), chapas de acetato transparente (0,5mm de espessura) para compor as viseiras e também elásticos chatos brancos (de pelo menos 10 mm de largura) para finalizar e fixar as máscaras nas cabeças dos profissionais de saúde. As doações são direcionadas ao campus Campo Largo, e podem ser entregues na portaria, garantindo todo o cuidado com a questão do distanciamento físico seguro para evitar o contágio.
As doações serão destinadas a todos os profissionais da saúde de Campo Largo pelo grupo @atitude3dvoluntario que está organizando a demanda e distribuição para os profissionais da grande Curitiba! A atual presidenta do grêmio, Eduarda Vitória Cintra Cabral, quando questionada sobre sua opinião com relação à realização do projeto, relembrou o ano de 2019, onde o governo brasileiro anunciou o corte de 30% das verbas destinadas aos Institutos Federais levando assim, estudantes de todo o país a realizarem manifestações em prol do ensino público, gratuito e de qualidade.
Ela diz que essa ação é também importante para mostrar a necessidade da valorização da ciência em nosso país, e complementa “Acompanhar essa iniciativa depois do pronunciamento extremamente errôneo do presidente da República, é extremamente gratificante. A cidade tem hospitais referência, onde muitas pessoas estão chegando com suspeita de Corona Vírus e, obviamente, os agentes de saúde ficam sobrecarregados e muitas vezes sem o EPI necessário, então esse ato me deixa orgulhosa por ser aluna dessa equipe que não explica apenas o conteúdo em sala de aula, mas também nos ensina a ter empatia. Em suma, creio que o impacto desse projeto será extremamente positivo para a comunidade interna e externa ao campus.”
Sobre a autora:
Letícia Fernanda de Abreu é estudante de técnico em alimentos integrado ao ensino médio pelo IFPR Campus Colombo, feminista e presidenta da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Colombo, conduzindo o movimento estudantil na cidade. Pretende prestar vestibular para jornalismo no próximo ano. Ama animais, adora dançar, escrever, falar em público, desenvolver projetos e nas horas vagas curto um pagodinho. Instagram: lele_fernanda03.
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